Espetáculo de dança
espanhola Toro Negro
une flamenco e literatura
de Clarice Lispector
Projeto é idealizado pela bailarina
Carolina Zanforlin, que divide o palco com o cubano Miguel Alonso, e se inspira
no texto Espanha da escritora brasileira. O dialogo de dança e literatura se
alcança pelo uso de dança, música, vídeo e poesia. A trilha sonora é original e
a direção está sob a batuta de Debora Dubois
O grito do Olé, o dedilhado dos músicos e a harmonia das
cordas do violão. O sapateado e os movimentos desenfreados da coreografia
detalhada em cada gesto, olhar e postura dos bailarinos. Enraizado na cultura
cigana e dos mouros, a arte do flamenco atravessou gerações e recebeu
influências do mundo inteiro. A técnica e atmosfera dessa dança foram transportadas
para as palavras que compõem o texto Espanha, de Clarice Lispector.
Todas as sensações e impressões do trabalho da escritora brasileira serviram de
propulsor para a criação do espetáculo Toro Negro, que estreiou dia
4 de abril, em São Paulo, e que cumpriu
temporada de 6 semanas no Teatro Itália.
Dirigido por Debora Dubois, a performance traz em cena a solista Carolina Zanforlin e
o bailarino cubano Miguel Alonso, com coreografia da dupla em parceria
com a espanhola La Truco. Os
dançarinos são embalados pela trilha sonora original, executada ao vivo pelos
músicos Conrado Gmeneir, Davi Caldeira, Letícia Malvares, Luciano Khatib e
Fernando de Marilia.
Toro
Negro busca uma intersecção entre a
cultura espanhola e a literatura brasileira por meio da junção do Flamenco,
dança típica da Espanha, aos escritos de Clarice Lispector, uma autora que
enxergou a beleza e a força da dança flamenca. A idealização do projeto é de
Carolina Zanforlin que enfatiza que esse documento da escritora foi feito para
ser dançado. “Tive contato com o texto ainda na época da faculdade de
Comunicação e Artes do Corpo (PUC-SP) e desde então senti a necessidade de
colocar no meu corpo aquelas palavras que conseguiam de uma forma mágica
descrever exatamente o que eu sentia quando dançava flamenco”.
Trecho
do texto de Clarice Lispector
“Não
era espetáculo, não se assistia: quem ouvia era tão essencial como quem batia
os pés em silêncio. Até a exaustão nos comunicamos durante horas através dessa
linguagem que, se algum dia teve palavras, estas foram se perdendo pelos
séculos - até que a tradição oral passou a ser transmitida de pai para filho
apenas como ímpeto de sangue”.
DATA: 22 de fevereiro de 2014 - Sábado
HORÁRIO: Única Apresentação - 21h
INFORMAÇÕES E RESERVAS: (12) 3936-1118 ou (12) 3913-4000
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